domingo, 20 de dezembro de 2009

POESIA VIVA DA CIDADE

Poema meu no blog de Juareiz Correya, que vale conferir http://www.jcorreya.blog-se.com.br/blog/conteudo/home.asp?idblog=16039

OLINDA, de Gerusa Leal 



Trago na boca da memória o gosto
ácido-adocidado das caipirinhas
sorvida na juventude dos teus carnavais.

Os ventos das lembranças despenteiam-me
os cabelos quando do alto da alma
olho para Recife ouvindo os sinos da Sé.

Tuas ladeiras ensinaram-me o gingado
que levo por onde eu for. assim como
o aprendizado de esperar sempre a surpresa
em cada esquina que me leva
aos quatro cantos do mundo.

A tua lua me traz o fogo do beijo
trocado com quem não lembro
naquela noitinha fresca
de amores adolescentes.

Te vejo, Olinda, oscilando com o vento
nas palhas dos teus coqueiros.
E te respiro no cheiro da maresia
que me entranha as narinas
sempre que volto a me abrigar nestes teus braços
acolhedores e sorrio o teu sorriso
de gente simples que te vive inconsciente
da vida tanta com que tu nos presenteias
nos teus pensares de cidade secular.

E enquanto tu nos ninas com as badaladas
dos sinos das tuas igrejas na hora da ave-maria,
sonho meus sonhos de menina pés descalços
a pular as tantas ondas sempre mornas do teu mar.
 

Um comentário:

Anônimo disse...

Querida Gerusa, passando para desejar um Feliz Natal e Paz e próspero Ano Novo! Olinda, soar dos Sinos, Natal; inegavelmente lindo e especial.
Felicidades!