a tarde ainda se faz dia
hesita em anoitecer
o vento cochila imóvel
cansado de tanto calor
a madressilva repousa
na jardineira do muro
pensando em nada
quieta
feito a rua a seus pés
a tarde se estremece
e volta a entardecer
outono de faz de conta
chuva que não se lembra
do compromisso marcado
no terraço ela sonha
com o verão que passou
o livro aberto no colo
alguma mão invisível
move de leve a roseira
tirando uma folha morta
ela sorri e levanta
lembrou-se do pai
por quê?
8 comentários:
Nossa, lindo. Como sempre. Se bem que, aqui no sul, o outono costuma ser um pouco pior do que isso. heheheh
Sei q andei ausente, mas voltei (to sempre indo e voltando, né?)
Te espero lá no meu blog!
ps: lembrou do pai pq? Folha morta é tão... auspicioso?
Oi, Marcelo. Que bom que gostou. Sim, nosso outono é mais suave.
Bom te ver de volta.
No final da vida, uma das maiores paixões do meu pai era a jardinagem. Uma mão invisível tirando uma folha morta lembrou-me dele cuidando do jardim.
Abraço
Linda homenagem,
linda lembrança.
lindo tudo aqui!!!
Bjus e até*
Obrigada, "Ego". Feliz que gostou. Beijos.
E o vento sempre remexe lembranças.
abraços
Pois é, Paula.
Grata pela visita.
Abraço
gerusa
sua poesia me pegou. incluí seu blog no meu blog. por favor mande um inédito.
sérgio
Ô, Sérgio, que retorno legal. Inda mais vindo de outro poeta. Também gostei muito dos teus poemas lá no Quinto canto do mundo http://quintocantodomundo.blogspot.com/ Recomendo aos visitantes que confiram.
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