©simonia fukue
Participando, como convidada, da edição de agosto da ESCRITORAS SUICIDAS
a tarde ainda se faz dia
hesita em anoitecer
o vento cochila imóvel
cansado de tanto calor
a madressilva repousa
na jardineira do muro
pensando em nada
quieta
feito a rua a seus pés
a tarde se estremece
e volta a entardecer
outono de faz de conta
chuva que não se lembra
do compromisso marcado
no terraço ela sonha
com o verão que passou
o livro aberto no colo
alguma mão invisível
move de leve a roseira
tirando uma folha morta
ela sorri e levanta
lembrou-se do pai
por quê?