terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mas hoje ainda não




Sempre chove no dia dos mortos
já são três horas da tarde
e hoje ainda não choveu.
O Captain! my Captain! Rise up and hear the bells.
Hear the sound of silence as well.
Sempre chove no dia dos mortos
mas hoje ainda não choveu.

No limiar do outro mundo
em fila eu vejo os meus
que antes de mim se encantaram.
O Captain! my Captain!
Sempre chove no dia dos mortos
e os olhos dos céus se nublaram
mas hoje ainda não choveu.

E se antes do fim do dia
a chuva me alcançar
não encontrará casa limpa
nem mesa posta também
e nada estará no lugar.

O Captain! my Captain!
que o poema encontre os versos
que dizem de aproveitar
o dia que já se finda.
Pois sempre chove no dia dos mortos
mas hoje não choveu ainda.

Gerusa Leal

4 comentários:

Paula Barros disse...

Não choveu ainda, ainda não.
Mas o dia não findou

Que os olhos neste dia tenha sido ensolado
E que a maresia não tenha transbordado.


abraço.

Gerusa Leal disse...

Abraço, Paula.

Carlos Eduardo Amaral disse...

Lindo, Gerusa. Ainda bem que tenho o prazer de conhecer uma poetisa com sensibilidade feito você.

Gerusa Leal disse...

Meu amigo e mestre em cultura musical erudita, Carlos Amaral. Se grande sensibilidade há é a sua que priva da intimidade da linguagem poética mais perfeita que há, a música. Obrigada pela visita e pelo comentário.
Abraço