quinta-feira, 9 de outubro de 2008

GERUSA LEAL [11/08/2008]

Pouco antes da viagem
Desse aqui pro outro mundo
O cisne já moribundo
Canta fazendo miragem
Mas o seu canto é voragem
Apesar de doce e alado
E mesmo ouvi-lo calado
Ilude e a mente tonteia
Que na gravura em madeira
Esse Samico é um danado

Cruzando a noite e as ondas
Do mar e do pensamento
Serpenteia seu lamento
Que ninguém dele se esconda
Pois se vem feito anaconda
Enrodilhar-se ao coitado
Não há choro não há brado
Que segure a maré cheia
Que na gravura em madeira
Esse Samico é um danado

A lua divide em duas
A do céu e a do inferno
E as duas somam o eterno
Assim as serpentes nuas
E tudo que continua
Permanece lado a lado
E é assim nesse estado
Que a vida rola na esteira
Que na gravura em madeira
Esse samico é um danado

em Corda Virtual http://www.interpoetica.com/corda_samico.htm

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