o dia terminava
e o poente, escurecendo o céu
não poupava às criaturas terrenas
a sede
apenas aumentava a escuridão
o silêncio entrecortado de gemidos
nos hospitais, nas ruas
o percorrer dos ásperos caminhos
e das lastimosas visões
que as retinas
mesmo na escuridão
insistiam em exibir
divididos em três
invocamos os deuses
as musas
os homens
mas não nos chegam alimentos
remédios
sequer livros ou alaúdes
onde mitigar ou cantar nossa dor
nossas crianças já não dormem
o sono dos inocentes
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3 comentários:
As crianças são sempre as vítimas e a primeira imagem que nos vem...
Belo poema, Gerusa!
banhei minha alma ao lê-lo!
Obrigada, José. Versos às vezes são lágrimas de impotência.
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