quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

wall-eribu

Sol na moleira, sacos de lixo, cheiro de fome. Dois pacotes de macarrão, dois pacotes, inteirinhos. Caruncho a gente bota no sol e eles fogem.
Ninguém por perto a ressaca da virada de ano deixou todo mundo jiboiando, de fome ou barriga cheia, em sombra de árvore, de teto de papelão ou de cachaça.
Deus ajuda quem cedo madruga é tudo nosso.
Uma pia, meu Deus, uma pia. Tá rachada mas a gente cola com o resto de durepóxi que encontramos na lixeira do prédio de luxo semana passada e tá limpeza. Uma pia, meu deus, só falta a torneira. O lixão há de prover.
Remexo restos de rosas todas tão frescas ainda. Aquela garrafa de cidra dá um bom vaso. Flores pra alegrar o barraco.
Preciso achar outro par de meias vermelhas. Essas são da última vez que vi Paris, não dá mais pra remendar.

Um jornal inda no plástico, que maravilha. Bancário surta, foge de manicômio e vira mendigo.

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